Triste dorme o Cavalo Ardente.
A sua chama não arde, certamente,
como havia um dia ardido.
Orgulho que doi, ferida que sente
dorme o que outrora foi gente
e já não é bandido.
Morre, cada dia, mas morre devagar
e, aguardando que passe o luar,
espera por mais um dia.
Triste dorme o Cavalo Ardente.
Já não corre, certamente,
como um dia havia corrido.
Olha os prados com desdenho
e a vida com empenho
embora saiba que está tudo perdido.
Sente o vento na crina
e ele já não o ensina.
Já não há mar para navegar.
Chora o tempo, fugido.
Chora o amor perdido
de uma vida a cavalgar.
Triste, jaz o Cavalo Ardente
o seu corpo já não está quente
Morreu longe, bem longe do mar.
4 comentários:
Bonito! Tanto este como o anterior. Voltaste(?)!
vou voltando
Mesmo depois de partir,
quando já nem o possas mirar..
vive!
acredita que continuará a cavalgar.
se ele soubesse o mar
que viria que veio
que está
Enviar um comentário