16/08/2009

Cavalo Ardente

Triste dorme o Cavalo Ardente.
A sua chama não arde, certamente,
como havia um dia ardido.

Orgulho que doi, ferida que sente
dorme o que outrora foi gente
e já não é bandido.

Morre, cada dia, mas morre devagar
e, aguardando que passe o luar,
espera por mais um dia.

Triste dorme o Cavalo Ardente.
Já não corre, certamente,
como um dia havia corrido.

Olha os prados com desdenho
e a vida com empenho
embora saiba que está tudo perdido.

Sente o vento na crina
e ele já não o ensina.
Já não há mar para navegar.

Chora o tempo, fugido.
Chora o amor perdido
de uma vida a cavalgar.

Triste, jaz o Cavalo Ardente
o seu corpo já não está quente
Morreu longe, bem longe do mar.

4 comentários:

Tigremia disse...

Bonito! Tanto este como o anterior. Voltaste(?)!

Cão disse...

vou voltando

"Princesa" disse...

Mesmo depois de partir,
quando já nem o possas mirar..
vive!
acredita que continuará a cavalgar.

Mónica Lacerda disse...

se ele soubesse o mar
que viria que veio
que está