09/11/2010

a confusão inclina-se sobre a minha cabeça. sussurra-me ao ouvido de quantos cantos é feita a minha alma.
estou agarrado a um mundo que corre ao revés e juro ter-te ouvido rebobinar a cassete.
sou daltónico no que toca ao coração, pois todas as cores para mim, já, são amor, desde que cá chegaste.

o que é um sinal sobre tinta gasta quando a tela se apresenta já pintada?

há que ter a astúcia para decifrar todo a mescla de linhas e contra linhas; todo o mar de percepções se encontra perdido tal como o meu cérebro se engana a contar as voltas que o mundo dá num ano.
sinceramente já não sei do que falo, não sei porque escrevo.
já nem sei quantos cigarros fumo por dia nem quantas horas tem o mesmo.
tudo me parece igual ao que outrora foi. tudo entra tudo sai. tudo vem e tudo vai.

nada fica.

e tu?

1 comentário:

sofia disse...

há esta qualidade de temporal nas pessoas e nas coisas que fazemos. é díficil lutar conta isto porque quase que nos obrigam a sê-lo, mas a intemporalidade das coisas, a eternidade das relações, sabe tão melhor e tem tanto mais valor. saber que se está, mas sempre, é tão maior do que as oscilações humanas que nos rendem ao vulgar.