18/01/2010

que a terra me engula a alma
que as larvas me devorem esta carcaça
que as pessoas me peguem fogo ao jazigo
que esta rosa não venha comigo

que o mundo te leve com ele
que o vento te faça pular
que as pessoas te deixem sair
não te ponham redoma de vidro

não és de ninguém e eu sou de toda a gente
jogas com o vento e eu tenho o pente
mas teus cabelos, tão eriçados
denunciam o toque alheio. mãos gatunas.

parto o pente a meio. preciso de correr e as pernas fraquejam.
és detentora da minha força, do meu jeito de correr desconchavado.
quero perder com a sorte, ser levado pela morte e deixar-te cá ficar.
quero fazê-lo por amor, tu és tão maior e eu sem pernas para andar.

1 comentário:

Mónica Lacerda disse...

estás aí estás aí estás aí estás aí



(olha, estás aqui aqui aqui aqui)