meio copo, copo cheio
incertezas que me pausam o ritmo
coração ao alto de pés descalços
pois o calor que emanas é sol-alumia-almas
deixas-me quebrado pela incerteza
meio copo, meio tinto
tinto é paixão e amor é
o mel que me alimenta
afogueias-me o peito entre-dentes
e o sangue não respira de fumo, apenas.
grito a pulmões cheios o vento que nos une
e o calor que nos separa e as águas-correntes
apenas me chamam para ti
não me calo. escreverei até morrer
e tu sabes que sim.
as palavras são flechas e os Deuses,
esses, fazem-me tremer o Mundo quando
as põem nos teus dedos.
bem que não quero quebrar os lares e não o farei.
apenas escrevo o que o meu peito dita.
escravidão-doce do Mar que me afoga e afaga
o peito gritante a pulmões cheios.
tu sabes que sim. sabes que eu o quero de corpo
e alma. sabes que a alma é sã e que o corpo é doente.
sabes também que o corpo é morte e a alma é eterna.
enfim, sabes que eu sou alma.
doem-me as costas do peso que acarreto
e a cruz já pesa um bom bocado.
não vos consigo largar.
mas no fundo, não te consigo largar.
volto a repetir a dose
apenas com a diferença de não estragar lares.
renuncio ao amor-presença em prol
de um platonismo-presente-olhos-mel.
o que é um lar para ti?
1 comentário:
"pulmões cheios o vento que nos une"
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