10/12/2009

beija-flor

eu poderia falar de casas que repousam em campos de trigo. poderia falar de trilhos que não se cruzam para mim, poderia falar de comboios que, sim, eles se cruzam nesses trilhos. poderia falar do céu e de como se põe bonito sempre que saio à rua. poderia falar do mar que tanto me intriga. poderia falar do nevoeiro e do sol. poderia falar do rio e das suas inúmeras pontes, do cheiro a terra molhada, do cheiro da relva. poderia até falar do teu cheiro entranhado na minha cama, roupa, pele ou mesmo do cheiro da água quando te beija o corpo. poderia também falar do tempo e do que ele é para nós. mísero. poderia falar de mim quando te olho, quando te beijo, quando te toco, quando te entro sem pedir licença. poderia falar de ti quando me apresentas à morte. poderia falar de ti quando me levas ao êxtase. poderia falar de ti pela forma como me purificas o sangue. poderia falar de nós e do tempo e dO tempo e da relva e do teu charme quando pegas num copo de pé e da forma como sorris.
poderia contar-te histórias com girassóis. poderia chamar-te beija-flor. poderia chamar-te beija-flor. beija-flor.

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