19/07/2009

Presente, Simulação, Medo, Morte

Já que estais tão longe e tão certa na vossa incerteza
porque me tomais como alguém que vos assombra?
Eu não meto medo, nem a uma mosca, pois tenho lições
dos antepassados, bem aprendidas. E apreendidas.

A minha certeza não está com os Deuses,
mas sim, em Nós, que fazemos cada dia mais dia.
Mas a menina não é capaz de dizer o que sente?
Parece que não. Ainda mal.

Pois bem, não me retiro. Não, mil vezes não.
Não arreio pé, pois por detrás deste velho e mísero corpo
habita uma alma sã, rejuvesnecida e capaz.
Sabe de quê? Pois não lhe digo.

Está para aí a dizer-me que não rimo?
Pois bem, só rimo quando me apetece
e não é na rima que está o melhor do pão.
É necessário escavacar-se bem as entranhas para retirar todo o miolo deixando apenas a carcaça, velha e podre.

Parece que me excedi no último verso, pois também não percebo de métrica, nem de contas, nem de distâncias, nem de nada.

E de amor? Oh como percebo de amor...
Não! Não percebo nada...nada de nada...
Mas o que é certo é que talvez quisesse amar...
De que é feita a vida sem amor?

Só lhe peço, menina, dá-me a honra desta última dança?

Sem comentários: