20/07/2009

Cartas de amor - amor suicida

Elisabete,

amo-te tanto e tu amas-me tão nada que para não morrer de amor, que dói mais do que triturar a mão a sangue frio, já que a mão tem 10cm e o amor tem 10.000km, decidi morrer para a vida.
Chamei a morte a minha casa mas fiquei tão assustado que nem me levantei quando abri as três batucadas na porta.
Logo chamei o abade para me matar socialmente, mudo de nome, dispo-me da vida de cidadão e passo a viver com Deus Nosso Senhor...mas também não creio em Deus...Oh que carago, o que vou fazer então para parar com este sofrimento?
Já tentei o psicólogo, o psiquiatra e mesmo a Bruxa mas nada, só consigo a cada palavra de amor que digo, sentir-te, minha Elisabetezinha, mais longe, mais distante...até parece que te ouço o eco, meu amor.
Perante a minha incapacidade de morrer,(sim, as pessoas não podem ser boas em tudo) decidi que vou deixar de viver...
Ora azar o meu porque a minha vida és tu, meu amor, e eu não sei estar sem ti, já passou muito tempo desde o nosso primeiro carinho e, como tal, não sei deixar de viver, de viver-te, digamos...

Portanto o meu lugar é algures entre a vida e a morte, onde as almas penam por não terem escolha...

Um beijo de saudade,

Américo Brás de Sousa

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